Bullying? Presente!

Da Redação
Por Josimar Ferreira
É, infelizmente essa prática é mais frequente nas escolas do que imaginamos. E o pior, é que poucas unidades de ensino a imaginam de verdade, e poucas se propõe a sair do campo das palestras para o combate propriamente dito. O bullying é mais assíduo do que os alunos que sofrem com ele, mas quem já decidiu enfrentá-lo e mergulhar de cabeça nessa guerra? É hora de diminuir o tempo nas dependências administrativas das escolas e observar mais atentamente o comportamento dos alunos; é hora de encorajar-se e enfrentar o problema, porque as palestras podem ajudar, mas não têm resolvido.
Paremos um dia, visitemos cada sala, conversemos individualmente com cada criança, cada adolescente, e veremos que elas precisam de socorro, mas preferem se calar, e isso está matando aos poucos os sonhos de muitas delas, sabiam? Que tal darmos o primeiro passo para ajudá-las? Todos os dias tem crianças recebendo um tapinha proposital, um apelido indesejado, uma ameaça quase silenciosa, uma piadinha, uma agressão verbal e, por vezes, algo muito mais sério. Ah, mas a gente nunca percebe! Na maioria das vezes, não. Mas quando percebemos, o que fazemos?
As escolas precisam impor limites, levar a sério o tema, como se cada aluno vítima dessa prática fosse filho de diretores, professores, secretários, porteiros e auxiliares. É preciso se colocar no lugar de pais e responsabilizar a quem recorrer no abuso, antes que as consequências sejam irreparáveis. Não vale a pena pagar para ver o que alguém que sofre bullying sistematicamente é capaz de fazer. Vamos mudar isso?
O primeiro passo é fazer de tudo para que os ambientes escolares sejam espaços para o respeito acima de tudo, e isso precisa ser claro, e posto em prática por todos. Quem sofre e quem presencia precisam se sentir seguros para denunciar, e a escola precisa exercer o seu papel além da teoria, e passar a exigir e a cobrar isso.
Este domingo, 7 de abril, é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas. A data foi instituída em 2016, por meio da Lei nº 13.277, relacionada à tragédia que ocorreu em 2011, quando um jovem de 24 anos invadiu a Escola Municipal Tasso de Oliveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e matou 11 crianças.
O bullying, também chamado de intimidação sistemática, é “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, conforme definido pela Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).

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